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Recentemente, li uma reportagem super legal da revista Super Interessante, que retrata o assunto sobre a timidez. É exatamente isso que necessito neste momento. Preciso alguém ou alguma coisa que conseguem explicar para mim por que estou tendo esse problema de enfrentar a muiltidão. E neste texto, achei algumas possibilidades e respostas.

 

A história começa com os casos das três mulheres. Gisele é uma pessoa que não gosta de fazer aniversário, porque odeia ter pessoas ao redor, e sempre evita virar o centro das atençoes. Quando li essa parte, detectei que tinha os problemas iguais a ela. Não gostei de ter muitas pessoas (desconhecidas) ao meu lado, por isso evito ir à feira (tradicional), ou ir aos lugares muito lotados, como show, “25 de Março”, etc. Dessa forma, quando ônibus estaria muito cheio, e os passageiros ficariam me empurrando para lá para cá, para frente para trás, sempre me irritam. Se por acaso, sem querer, virei o centro de atenção na sala de aula, acho que vou morrer de pressão psicológica, a não ser que é um ambiente conhecido com as pessoas conhecidas.

 

Outro caso citado é da Carla, que não se sente à vontade cumprimentando pessoas, como ela recusa a interagir com os colegas da sala, se trancou no banheiro um semestre inteiro quando fez um curso de inglês. Esse já não é o meu caso, pois sinto à vontade sim de cumprimentar as pessoas, de fazer novas amizades, mas o que falta em mim é a coragem de abrir a boca e dizer alguma coisa. Porém, já tive experiência de me trancar no banheiro na minha adolescência, por causa das ridicularizações de algumas colegas, elas (ou eles) ficaram rindo dos meus olhos puxados, meu português torto, até minha timidez....... Depois de muito tempo, quando comecei a conhecer sua cultura e seu costume, assim que eu entendi, elas não fizeram aquilo com propósito, mas simplesmente estiveram brincando comigo, tão idiota e sensível como eu levei tudo a sério. Bom, para cada ação tem uma razão, o meu comportamento tem a ver com uma história bem velha e amarga, que decidi não tocar mais na ferida e não contar mais sobre ela. E desde essa época, já criei a mania de timidez. Principalmente, isso acontece quando falar com os brasileiros desconhecidos. E o que me deixa mais duvidosa é: não tenho nenhuma dificuldade de interagir ou conversar com um desconhecido que fala a minha língua materna. Alguém pode explicar isso para mim?

 

E o último caso já é mais exagerado, ou seja, mais grave. A Andreia não consegue mais andar na rua, pois tem medo de alguém se aproxime e pede informações, nessa situação ela não sabe o que faz. Então os cientistas deram um nome chique para “os nossos sofrimentos”: a fobia social. Eu admito que tenho a fobia social, ou a intensa ansiedade de interagir com as pessoas. A situação anterior era pior do que a atual, como eu quero me superar mesmo, sempre tento mudar alguma coisinha, ou ser um pouco mais ativa para ajudar outros, ou tentar puxar assunto para uma conversa. Desse jeito, hoje consigo agir de forma “mais normal”, mas ainda preciso melhorar muito.

 

Podemos entender melhor o porquê da timidez e o mecanismo psicológico funcionando por trás da conduta através do seguinte trecho:

“...... medo de passar vergonha em público, de falar algo errado, de virar motivo de chacota, de se expor. De tão preocupados que são com a opinião alheia, acabam desenvolvendo um jeito estranho de se portar. É como se a todo o momento assistissem a um filme da própria vida na cabeça. Cada movimento e cada fala são ensaiados mentalmente, para que na hora que o mundo diga “ação” ele possa representar seu papel com perfeição. Tudo para evitar gafes. O tímido é um fingidor – finge tão completamente que dificilmente age com espontaneidade. E nessa vida premeditada, acha que tudo mundo repara nele também. Com todas as atenções voltadas ficticiamente para ele, imagina que tudo conspira para dar errado, numa mistura estranha de narcisismo, insegurança e pessimismo.” (KARIN HUECK, 2009, p. 72, 73).

 

O que me chama mais atenção é pelos pontos de vista culturais, podem encarar a timidez de formas extremamente diferentes. Na sociedade brasileira, as pessoas incisivas, comunicativas e extrovertidas são mais bem-vindas e certas. Consequentemente, para esse povo, a timidez é algo errado, lado negativo da personalidade, ou seja, um defeito. E na sociedade oriental, onde a maioria das pessoas tende a ser mais fechada, conservadora, quando alguém é muito comunicativo e gosta de se expor em público, pode ser considerado uma pessoa arrogante, orgulhosa e narcisista; ao contrário, a timidez é considerada como um discurso de auto-defesa e algo normal. Por isso, Lynn Henderson, diretoria da clínica de estudos sobre a timidez da Universidade Stanford, alerta que: “Não podemos dizer que o tímido tem um problema. Tímidos são apenas pessoas fora de forma para relações sociais.”

 

Gostei de colocar outro ponto interessante aqui para compartilhar com todos, é um estudo sobre o desempenho dos líderes tímidos nas companhias americanas. Segue os trechos:

“O resultado mostrou, entre muitas coisas, que as empresas lideradas por chefes tímidos tinham evoluído muito mais do que as outras. E por um motivo simples: o líder acanhado se preocupa apenas em fazer um bom trabalho, e não em ganhar fama e status.......” (KARIN HUECK, 2009, p. 75).

“A timidez é um excelente regulador do convívio social. Levar em consideração o que o outro está pensando contribui para que as pessoas não vivam em conflito o tempo todo.” (AILTON AMÉLIO DA SILVA, 2009, p. 75).

 

Fico feliz por saber alguns pontos positivos da timidez, pois antes eu a considerei um grande defeito meu, que me deixou tão péssima e inútil. Mas agora eu sei, como vivemos num mundo relativo, todas coisas têm seu lado bom e lado ruim, dependem das formas que revelamos, assim definem sua qualidade.

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    Sophia Lai 發表在 痞客邦 留言(0) 人氣()